CNJ abre investigação para apurar desembargadores do TJMS suspeitos de venda de sentenças
- 11/11/2025

Para PF, transações entre desembargadores e filhos levantam suspeitas O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira (11) abrir um processo administrativo disciplinar (PAD) contra os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues, investigados por venda de sentenças judicias e alvos da Operação Ultima Ratio. A decisão foi aprovada por unanimidade durante a 15ª Sessão Ordinária de 2025. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Sideni Pimentel está afastado desde 2024 e teve a aposentadoria voluntária homologada em outubro de 2025. A defesa de Pimentel, representada pelo advogado Otávio Ribeiro Lima Mazieiro, pediu o arquivamento do caso. Ele afirmou que, como o desembargador já está aposentado, não haveria motivo para manter o processo disciplinar. O CNJ rejeitou o pedido e decidiu dar continuidade à investigação. O relator do caso, ministro Mauro Campbell Marques, apontou a necessidade de continuidade da apuração, mesmo após a aposentadoria. O ministro afirmou que há indícios de pagamento de vantagens indevidas e participação no esquema investigado. A Polícia Federal apreendeu mais de R$ 3 milhões em dinheiro e armas durante a operação, que também envolve familiares de Pimentel. LEIA TAMBÉM Volta ao trabalho vira impasse entre desembargadores suspeitos Juíza Sandra Artioli assume vaga deixada por desembargador suspeito de corrupção Quem são os cinco desembargadores afastados do Tribunal de Justiça de MS Já a defesa do desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, Talita Paim de Lima, afirmou que ele vem sendo alvo de “sensacionalismo” e “caça às bruxas”. Segundo a defesa, Rodrigues estaria sendo punido antes do fim da investigação, há mais de um ano, sem provas de corrupção. A advogada afirmou ainda que as decisões questionadas foram tomadas em colegiado e confirmadas por instâncias superiores. A defesa também criticou o relatório da Polícia Federal, afirmando que ele usa expressões como “talvez” e “é possível”, sem apresentar provas diretas. “Não houve aumento patrimonial. Pelo contrário, houve redução”, afirmou Paim. A advogada disse ainda que não houve acesso completo aos autos da investigação. Mesmo com os argumentos da defesa, o CNJ manteve o afastamento cautelar de Rodrigues até a conclusão do processo. Mauro Campbell afirmou que os indícios apontam para um “esquema sistemático” de venda de decisões judiciais, envolvendo magistrados e advogados ligados ao tribunal. Ele classificou o cenário como de “promiscuidade institucional”. Com a abertura dos processos, os dois desembargadores seguem respondendo às ações disciplinares no CNJ, além das investigações criminais conduzidas pela Polícia Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Não há prazo para o fim dos julgamentos. Da esquerda para direita, Marcos José de Brito Rodrigues (Foto: Wagner Guimarães) e Sideni Soncini Pimentel. TRE-MS Veja vídeos de Mato Grosso do Sul
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